quinta-feira, 26 de maio de 2011

Educação também vem de casa

Apesar da precariedade dos meios de transporte públicos, gosto de andar de ônibus. Sempre aprendo muita coisa. Outro dia, sentou uma senhora ao meu lado, de aproximadamente uns 70 anos e começou a falar sobre estética e cirurgia plástica, foi uma conversa interessante que durou alguns poucos minutos. Outro dia, vivenciei uma cena que realmente me surpreendeu. Peguei o ônibus na Barra em direção ao Campo Grande, e nas imediações do Farrol da Barra, uma mãe começa a brigar com o filho, dizendo que onde se viu ele se levantar para dar lugar a idoso se o lugar onde ele estava não era preferencial. Ele como pagante, e pagante de passagem integral, inteira, não deveria ter se levantado, segundo a jovem mãe. Fique tão surpresa com a postura da mãe, que deveria ter dado o exemplo ou parabenizado o filho, por autonomamente ter sido tão educado. Meu filho, acostumado com o conforto de andar de carro, adora andar de ônibus, para ele é uma aventura. Quando o levo para a escola por esse meio de transporte, ele chega contando com o maior entusiasmo às professoras. Ao descer do ônibus, eu digo, agora você diz obrigado motorista e ele olha para o "motora" e diz "Obrigado Motorista". Educação vem de casa, ou pelo menos uma parte deve ser responsabilidade da famíla. Ontem, eu estava chegando no meu bairro, quando me deparei com uma cena tétrica. Um menino de seus aproximadamente 12 anos, segurando seu cachorrinho pela coleira, para que o bichinho defecasse no meio da calçada. Cocô nas calçada é uma das coisas mais comuns, lamentavelmente. Poucos donos de cachorro, realmente cidadãos, saem com seus animaizinhos e suas sacolinhas. Passei pelo menino, desviando da "montanha" e não pude deixar de comentar: "pôxa, no meio da calçada?!" E continuei caminhado. Depois de um tempo, lá na frente, ouvi uma vozinha falando, "a rua é pública". Por isso mesmo, pensei eu atônita. Segui e comecei a rir de tamanha ignorância. Uma senhora que vinha logo atrás, puxou assunto indignada em relação à falta de educação, que deve vir de casa, que nem valia apena respoder tamanha incompreensão do que é público e da atitude do menino. Continuei caminhando e pensando que não valeria mesmo, às vezes atitudes bem intencionadas custam a vida. Ainda mais quando um menino de doze anos foi educado a fazer o que bem entender num espaço que é público público.

domingo, 22 de maio de 2011

Oxímoro

“Vinha eu da filosofia e, pelos caminhos da linguagem, me deparei com a aventura da comunicação. E da hedggeriana morada do ser fui parar com meus ossos na choça-favela dos homens, feita de pau-a-pique, mas com transmissores de rádio e antenas de televisão. Desde então trabalho aqui, no campo da mediação de massa, de seus dispositivos de produção e seus rituais de consumo, seus aparatos tecnológicos e suas encenações espetaculares, seus códigos de montagem, de percepção e reconhecimento.”(BARBERO, 2009)
Quando li esse trecho de Barbero, lembrei de todas as dificuldades que as escolas enfrentam, principalmente aquelas esquecidas pelo poder público (sic), estou me referindo aquelas de periferia, dos arrebaldes da cidade, onde as comunidades ainda não perceberam o poder político que possuem. E é por esse jugo, que homens da política, descomprometidos com a humanidade tem a intenção de as manter.
Pensei logo na chegada das tecnologias da informação e comunicação nas escolas e nessas comunidades. Como meninos e meninas, homens e mulheres passarão a escrever e reescrever o caminho de suas vidas, a contar suas histórias, a registrar sua cultura e reinventar seu cotidiano.
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, lembrava a necessidade de discutir com os alunos a razão de ser de seus saberes e a relação com os conteúdos da escola. "Por que não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e dos baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo remediados dos centros urbanos? Esta pergunta é considerada em si demagógica e reveladora de má vontade de quem faz. É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia".(PAULO FREIRE,1997).
Como ser da esperança, como coloca Freire, prefiro e gosto de pensar mais nas possibilidades. Fiquei imaginando crianças e professores discutindo sobre conteúdos da vida e depois saindo por aí, fazendo seus registros em vídeo e fotografia, produzindo seus próprios conteúdos.
Finais trágicos, deixemos para um boa literatura, não para nos conformarmos.
Prefiro textos com esperança, mas isso, vamos deixar para uma próxima postagem.

domingo, 19 de setembro de 2010

Semana Farroupilha














Erva-mate,(Ilexparaguariensis) família das aquifoliáceas. Os indígenas das nações Guarani e Quíchua tinham o hábito de beber infusões com suas folhas. Hoje em dia este hábito continua popular nas regiões do sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, na forma de chimarrão. Trata-se de uma infusão onde as folhas da erva-mate são torradas e moídas, colocadas dentro de uma cuia (podem ser de cristal ou porongo) e adicionada água quente (não pode ser fervida). Outros estados como Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso também compartilham esse hábito na forma de "tererê", chimarrão frio. O Chimarrão também é apreciado em países vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai.

O coco é um fruto do coqueiro, da família das palmáceas. Sua origem é controversa, dizem que foi trazido da ásia pelos portuguese e que chegou na Bahia em 1553, depois espalhou-se pelo nordeste brasileiro.Essa eu não sabia, sempre pensei que fosse da terrinha. A água de coco, principalmente num dia de calor no nordeste brasieliro, é uma bebida deliciosa. Bem gelada e doce ajuda a reidratar e alimenta.

Possui valor nutricional apresentando teores significativos de sais minerais (potássio, sódio, fósforo e cloro), além de fibras.

Na Semana Farroupilha, vale ressaltar que o consumo de chimarrão espalha-se por todo o Brasil, e até exterior. A tradição torna o Pampa Gaúcho mais amplo. Onde estão as fronteiras? São gaúchos, brasilieros, andando por esse descampado, levando suas tradições e incorporando outras que fazem parte desse nosso grande Brasil, cheio de contradições. Os inúmeros CTG que se empalham pelo país mostram a necessidade desse povo em manter suas raízes, sua cultura, sua tradição. Muitos excluídos por falta de terra, de trabalho e oportunidades refazem seus conceitos e renovam a cultura, mas talvez na esperançade um dia retornar ao pago.



































terça-feira, 10 de agosto de 2010

Projeto UCA

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

MÚSICA

BANDA HERÓI

quinta-feira, 29 de julho de 2010

LINKANIA

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM LINKANIA?

62ª SBPC - CIÊNCIAS DO MAR


A SBPC, realizada esse ano em Natal-RN, contou com a presença de pesquisadores e estudantes do Brasil inteiro. Um espaço democrático de amostra e debate de tudo o que se tem produzido no país em termos de ciência e tecnologia.
Contou com a amostra de pesquisas e de ações desenvolvidas nas mais diversas instituições.
A SBPC jovem oportunizou a presença de estudantes de todos os níveis da educação tanto como ouvintes como expositores de seus próprios trabalhos, aproximando da pesquisa o público ainda nos seus anos iniciais escolares.
É impressionante o que temos produzido em termos de ciência e tecnologia. Estive circulando por espaços de alguns colegas das exatas, da química e é impressionante a profundidade dos trabalhos, alguns pioneiros.
Fico imaginado nossa situação se já tivéssemos erradicado o analfabetismo e outras mazelas da educação.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O SHOW DO EU, VC E TODOS NÓS

Paula Sibilia. O Show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

Antes de desenvolver cada capítulo, Sibilia, faz algumas indagações, nos cativando para o que vem pela frente no próprio capítulo ou nos precedentes. Faz desfilar na escrita tão leve e ao mesmo tempo arrojada, vários autores básicos que lhe conferem propriedade em cada tema. Como alguém se torna o que é? - Nietzsche. Quem sou, quem somos? “Pois eu sou tal e tal e sobretudo não me confundam,” Traços da obra de Nietzsche que poderiam parecer loucura do filósofo para seus contemporâneos, apenas o deslocam no tempo e o tornam nosso contemporâneo bem situado no tempo (de que forma?) em querer aparecer da forma que realmente é.

Megalomania e excentricidade

Paula Sibilia começa seu ensaio com dois fragmentos, um de Nietzsche, filósofo do final do século XIX e outro de Bruna Surfistinha, uma internauta do século XXI. Tenta jogar para a contemporaneidade a naturalização da megalomania e excentricidade outrora tidos como patológicos.

Na sociedade do espetáculo, quem brilha são as pessoas comuns, que agora tem a oportunidade de aparecer, de dizer quem são, sobretudo de se exibirem, de se mostrarem. Com a possibilidade trazida pela interação na grande nuvem que é o ciberespaço “eu, você e todos nós” como enfatiza Sibilia, temos a oportunidade de produzir conteúdos na mídia interativa (Blogs, sites, redes de relacionamento). O amadorismo ganha espaço e se sobressai dentro de uma democracia digital.

Sibilia nos pergunta: “Será que estamos sofrendo um surto de megalomania consentida e até mesmo estimulada?” ou fomos tomados por uma onda de humildade onde todos e qualquer um devem ter seu espaço? “O que implica esse súbito resgate do pequeno e do ordinário, do cotidiano e das pessoas comuns?”...“para onde aponta essa estranha conjuntura que, mediante uma incitação permanente à criatividade pessoal, à excentricidade e à procura constante da diferença, não cessa de produzir cópias e mais cópias do mesmo.”

Exaltação do banal ( o que significa?) - burrice e sabedoria.

“Qual é a relação deste eu e deste vc, tão venerados hj em dia, com aquele alguém de Nietzsche?” (para começar a compreender e pensar nos meios de comunicação de massa e em seguida nos meios de comunicação interativos via tecnologias-redes digitais).

Com a internet surge também uma explosão e produção e interação através de uma hiperprodução de materiais como blogs (diários íntimos), fotologs, páginas pessoais e uma infinidade de sites de relacionamentos e formando diversas redes...as webcams/ revolução da web 2.0

Indica uma transição de uma formação histórica baseada no capitalismo industrial (sociedade disciplinar- Michel Foucault) para outro tipo de organização social. Transformam-se os tipos de corpos e as maneiras de ser e estar no mundo. Novo regime de poder. Novas articulações do mercado.

Como bem indica Sibilia a sociedade disciplinar do sec XIX primava pela separação entre a esfera pública e a esfera privada da existência (principalmente a escrita em forma de diários era feita de forma velada, reclusa, solitária- introspectivo). No sec XXI, diz a autora, as pessoas são convidadas a se mostrarem, a aparecerem.

Fala em desnaturalizar as atuais práticas comunicativas para ir a raiz e verificar suas implicações políticas. Já que o mercado, ou mesmo o próprio capitalismo que se alimenta dos processos criativos postos enquanto repele outros corpos e subjetividades que não lhe são interessantes.

Tenta compreender o fenômeno de exibição da intimidade.

Nos indaga no segundo capítulo a respeito das novas forma de expressão e comunicação via rede, tentando colocar o leitor diante das novas narrativas que surgem, elas se classificam como vidas ou obras ou algo que ainda não podemos definir?(já que muitas vezes, com o privilégio de manter o anonimato os sujeitos mentem ao contar suas histórias). A autora diz não ser fácil buscar essa definição mas se aproxima da ideia de que são gêneros autobiográficos.

Sobre os escritos auto biográficos de forma geral, narra alguns escritores consagrados dialogando com eles e conclui: “Eis o segredo do relato auto biográfico: é preciso escrever para ser.” E aí poderemos voltar aos questionamentos do início da obra quando se reporta a Nietzsche em relação a constituição do ser. É por esses novos caminhos, trilhados pelas narrativas digitais que se configura o novo self, as subjetividades e o próprio sujeito se reconfigura. Fotografia, filmagem, escrita digitais. Equivalências entre viver e fotografar, viver e escrever, viver e filmar. Entre pobreza narrativa de alguns blogs e …

Para Sibilia, não vivemos um momento de meras evoluções, ou adaptação aos meios tecnológicos mas de mutações mesmo. “cada vez mais avaliamos a própria vida” não reconhecemos na ficção ou na tela nossa vida, mas vemos nela mesma diante das narrativas criadas pelo cinema...

“Ao passar do clássico suporte de papel e tinta para a tela eletrônica, não é apenas o meio que muda: transforma-se também a subjetividade que se constrói nesses gêneros autobiográficos. Muda precisamente aquele eu que narra, assina e protagoniza os relatos de si. Muda o narrador, muda o autor, muda o personagem” (SIBILIA, p.50).

Segundo Sibilia, citando Virginia Woolf, até início do séc XIX as mulheres não dispunham de um espaço privado para escrever. A subjetividade necessitava desse espaço restrito, íntimo para aflorar. Na intimidade de seus recintos privativos a escrita confessional, íntima desenvolvia-se através de diários e cartas. Hoje, segundo a autora, se instala uma publicidade total ao escrever sobre a intimidade de cada um...subjetividades/ modos de ser distantes dos modelos introdirigidos.


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Rádio AM // TV Full LCD




Meu filho só quer assistir programas e musicais com vídeo. Não se contenta apenas com o áudio. Ele pergunta: cadê o vídeo? Cadê o vídeo, mamãe? Uma nova cognição está em andamento. No meu tempo ouvia as histórias que minha avó contava ou as da rádio da universidade(UFSM)nos domingos à tarde. O aparelho era um radinho Phillips que funcionava com quatro pilhas grandes. A única fonte de comunicação e entretenimento da família até aproximadamente 1980, quando chegou a energia elétrica na localidade onde morava e com ela a luz elétrica, geladeira e televisão. Hoje a criançada nasce em um contexto já dado e que para eles não oferece espanto algum em relação às tecnologias comunicacionais. Imersos na cibercultura desde tenra idade os ambientes proporcionados pela internet lhes são naturais. Convivem desde cedo com desenhos animados, vídeos, e-mails, comunidades de relacionamento, etc. Processo cultural que deveria ser observado e estudado com cuidado por pesquisadores e educadores para que não se chegem a conclusões precipitadas diante de mudanças fundantes de comportamento das novas gerações. Vivenciar e acompanhar o desenvolvimento da geração que está imersa na cibercultura e estar sobretudo aberto ao novo e a um olhar da realidade sem idéias pré-concebidas.


sábado, 19 de dezembro de 2009

Minha fase Tom Zé

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