domingo, 22 de maio de 2011

Oxímoro

“Vinha eu da filosofia e, pelos caminhos da linguagem, me deparei com a aventura da comunicação. E da hedggeriana morada do ser fui parar com meus ossos na choça-favela dos homens, feita de pau-a-pique, mas com transmissores de rádio e antenas de televisão. Desde então trabalho aqui, no campo da mediação de massa, de seus dispositivos de produção e seus rituais de consumo, seus aparatos tecnológicos e suas encenações espetaculares, seus códigos de montagem, de percepção e reconhecimento.”(BARBERO, 2009)
Quando li esse trecho de Barbero, lembrei de todas as dificuldades que as escolas enfrentam, principalmente aquelas esquecidas pelo poder público (sic), estou me referindo aquelas de periferia, dos arrebaldes da cidade, onde as comunidades ainda não perceberam o poder político que possuem. E é por esse jugo, que homens da política, descomprometidos com a humanidade tem a intenção de as manter.
Pensei logo na chegada das tecnologias da informação e comunicação nas escolas e nessas comunidades. Como meninos e meninas, homens e mulheres passarão a escrever e reescrever o caminho de suas vidas, a contar suas histórias, a registrar sua cultura e reinventar seu cotidiano.
Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, lembrava a necessidade de discutir com os alunos a razão de ser de seus saberes e a relação com os conteúdos da escola. "Por que não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e dos baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo remediados dos centros urbanos? Esta pergunta é considerada em si demagógica e reveladora de má vontade de quem faz. É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia".(PAULO FREIRE,1997).
Como ser da esperança, como coloca Freire, prefiro e gosto de pensar mais nas possibilidades. Fiquei imaginando crianças e professores discutindo sobre conteúdos da vida e depois saindo por aí, fazendo seus registros em vídeo e fotografia, produzindo seus próprios conteúdos.
Finais trágicos, deixemos para um boa literatura, não para nos conformarmos.
Prefiro textos com esperança, mas isso, vamos deixar para uma próxima postagem.

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